Saveiro Clube da Bahia
8 de janeiro de 2015
21 de dezembro de 2014
EVENTOS
O Saveiro Clube da Bahia realizou em data de 11 de Julho de 2015 seu primeiro Brechó Náutico.
Contou com a participação de Diretores, Conselheiros, convidados e trabalhadores do Saveiro.
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VEM AI !!!
PARTICIPE!
9 de agosto de 2014
A HISTÓRIA DO SAVEIRO CLUBE
1960
SAVEIROS E BARCAÇAS
Os últimos anos desta década, sinalizaram o final do transporte
marítimo-fluvial no Recôncavo Baiano, que era exercido pelo saveiro.
Era o princípio do fim desta bela e heróica embarcação que tanto
ajudou e embelezou a Bahia e a Baia de Todos os Santos. Ajudou colaborando com
o desenvolvimento na região e decorou nossas águas com sua elegância e beleza.
Sua atuação ia além das águas da Baia de Todos os Santos,
alcançando todo o litoral sul da Bahia e chegou mesmo a ultrapassar o limite do
Estado. No Norte do Brasil, principalmente Maranhão, também estava chegando ao fim a história
das barcaças, que eram saveiros maiores, com três mastros, convés e cabines
que percorriam todo o litoral brasileiro. Aqui na Bahia foram denominados
escunas, e tinham dois ou três mastros.
Os belos e eficientes saveiros, não resistiam à chegada do
transporte rodoviário, com a abertura de novas estradas, construções de pontes
o que poderíamos chamar de progresso. Para piorar a situação, o Governo começou
a exigir o recolhimento do INSS aos saveiristas e ajudantes, inclusive o
retroativo. Foi o tiro de misericórdia.
Alguns começaram a ser transformados em escunas, para lazer e turismo.
Esta transformação era na realidade, dar ao saveiros características das
barcaças: dois ou três mastros, convés, corrimão, cabine e motor.
Nesta época já navegavam na Baia de Todos os Santos três escunas
da Primeira Geração: Santa Cruz, Cairu e Dona das Águas, todas para recreio.
· Santa Cruz – tinha 24 metros e
3 mastros, pertencia a Lev Smarcevski – amante e estudioso dos saveiros e
escunas, autor do Livro Graminho.
· Cairú - - pertencia a Batle Brancaccio, tinha 17 metros e 2 mastros.
· Dona das Águas – o menor de
todos, tinha 14 metros, 2 mastros e pertencia a Augusto Viana.
Empolgados com os fascínio das velejadas, pelo conforto, beleza e baixo custo, iniciou na Bahia a Segunda Geração das escunas.
A primeira delas a ser construída, foi a “Estrela D’alva” de Luiz
Raimundo Tourinho Dantas – Mundico, também homem do mar e amante dos saveiros.
Ele comprou o saveiro de vela de içar e transformou em escuna estaleiro do
mestre Walter Assis Santana – Waltinho, em Valença, que ficou pronta em 1970.
A segunda escuna foi a “Força do Destino" de Nelito Taboada, Willi
Weckerle e Sergio Gonçalves, foi também originária de um saveiro, do mesmo
nome, com 17 metros e reformado também por Waltinho em Valença. Começou a navegar
em 1971.
A partir dai vários saveiros foram se transformando em escunas,
fazendo surgir novos estaleiros em Valença, Cajaíba, Camamu e no Recôncavo
Baiano. A medida que reduziria o número de saveiros, surgiram novas
escunas.
RIBEIRA
E SAVEIRO CLUBE DA BAHIA
Antes das novas
escunas ficarem prontas, veio a dúvida, onde aportá-las ? a única Marina em
Salvador, naquela época era a de Correia Ribeiro, somente para lanchas.
Com visão empresarial
e arrojada, Luiz Raimundo juntou um grupo de amigos, todos “Do Mar” e foram a
Ribeira (Porto dos Tainheiros) assim chamado por aportar embarcações que
pescavam tainhas na região, local onde funcionou velho Trapiche pertencente à
família Catharino em frente às águas tranquilas da Ribeira. Luiz Raimundo expôs
sua ideia de comprar o imóvel e transformá-lo em um Clube Náutico para abrigar
saveiros e as novas escunas que iriam chegar. Ouviu a opinião dos amigos,
trocou ideias e assim nasceu o “Saveiro Clube da Bahia”, materializou-se
um sonho do grupo de amigos, liderados pelo comandante Luiz Raimundo.
O imóvel foi comprado
em 1970 com 1700 m2 com a intenção de reparti-lo em cotas
do Clube e vendê-las para o grupo – assim foi feito por Mundíco, e em 1972 foi
oficializado o Clube.
Composição
da Diretoria:
· Mestre
(Comodoro) – João Roberto Pereira Lopes (Betinho) que
não chegou assumir, sendo substituído por Manoel Taboada Filho
(Nelito).
· Secretário
– Waldemar Chaves
· Tesoureiro
– José Carlos Lisboa
· Sede
– George Calmon
· Conselho
Presidente Vitalício – Luiz Raimundo Tourinho
Dantas
Conselheiros:
Almir Benevides e Waldyr Peixoto Santos
(Por Nelito Taboada)
Composição
da Diretoria Atual 2014:
·
Presidente do Conselho: Aílton Jose
Oliveira Sampaio
·
Vice Presidente : Manoel Ângelo Taboada Filho
·
Comodo: Geraldo
de Moraes Filho
·
Secretario: Raimundo Ferreira Neto
·
Tesoureiro: Jorge
Alberto Mullem Vita
·
Diretor de Eventos Náuticos: Aureliano
Silveira Senior
EMBARCAÇÕES
EMBARCAÇÕES QUE SE DESTACARAM
ESTRELA
D’ALVA
Bela escuna Branca, que foi destaque na mídia nacional
e internacional, era verdadeira atração turística.
FORÇA DO DESTINO – (1971 – 1979)
Se destacou pela importância e performance a vela. De
cor verde e branca participava de regatas e foi vencedora da maioria que
disputou. Dentre elas “João das Botas”, “Primavera”, “Aratu-Maragogipe”, “Nage”,
“Salinas” e tantas outras.
Conquistou o troféu Trimar em Bronze, feito pelo
Artista Tati Moreno, para a escuna que fosse Fita Azul, duas vezes consecutivas
na Regata da Primavera.
ODARA
Catamarã de 49 pés, proprietários: Nelito Taboada,
Willi Weckerle e Sergio Gonçalves, venderam o “Força do Destino”, pra construir
em Salvador projeto Australiano (Lock Crowther – 1970). Reinou como fita azul
durante vinte anos, não só na Bahia, como em regatas nacionais.
Conquistou mais de 160 fitas azuis, tendo como maior
destaque o recorde da Regata Internacional Recife – Fernando de Noronha em
1998, baixando de 32 horas para 26 horas o percurso de 300 milhas náuticas.
Em 2003 foi fita azul pela segunda vez, hoje com 32 anos
velejando, ainda é o mais veloz Catamarã cabinado do Brasil.
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RESULTADOS DE DESTAQUE DOS ÚLTIMOS 3 ANOS:
2011
Campeão RGS geral CBVO(campeonato baiano de vela de oceano) 2011
Fita azul Marcilio dias 2011
2012
Campeão da RGS geral Regata Salvador-Ilhéus
Campeão da RGS Regata B Circuito Salvador Yacht de Vela
Vice-campeão Geral da RGS Regata B Circuito Salvador Yacht de Vela
2013
Campeão Geral da RGS Circuito Salvador Yacht de Vela
Bicampeão da RGS Regata B Circuito Salvador Yacht de Vela
Campeão RGS geral CBVO (campeonato baiano de vela de oceano
REGATAS
UM POUCO DE HISTORIA...
"Logo após a sua
fundação, o Saveiro Clube da Bahia estimulava a organização de passeios para
seus associados. O mais interessante destes, era o da Costa Oeste de Itaparica,
não só pela beleza da região, como os ventos constantes favoráveis,
proporcionando ótimas velejadas os saveiros e escunas, que normalmente terminava
na Fonte do Tororó, com um delicioso banho de água doce.
Na época, a diretoria
do clube, tendo como Comodoro o Sr. Nelito Taboada, resolve criar a sua
primeira regata, utilizando este percurso e fazendo raia de chegada na própria
fonte do Tororó.
Em função dos ventos
e por ser o final de um período chuvas, foi escolhido a data do evento entre 22
de setembro e 22 de dezembro. A primavera cuja estação deu o nome a regata.
A primeira regata da
Primavera foi realizada em Outubro de 1976, cuja entrega dos prêmios e festa de
confraternização oferecidos pelo Presidente do Conselho do Saveiro Clube da
Bahia Luiz Raymundo Tourinho Dantas em sua ilha do Barão próximo a Ponte do
Funil.
A partir daquela data
a Regata da Primavera foi incluída no calendário baiano de vera da oceânica,
passando a ser uma das mais concorridas, belas e acolhedoras regatas,
principalmente em sua parte festiva e social"
(Por Nelito Taboada)
REGATAS
LEGISLAÇÃO
Leis
Lei 7.652 -
Dispõe sobre o Registro da Propriedade Marítima e dá outras providências.
Lei 9.432 -
Dispõe sobre a ordenação do transporte aquaviário e dá outras providências.
Lei 9.537 -
Dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional
(LESTA).
Lei 9.611 -
Dispõe sobre o transporte multimodal de cargas.
Lei 9.966 -
Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por
lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob
jurisdição nacional e dá outras providências.
Lei 10.893 - Dispõe sobre o Adicional ao Frete
para a Renovação da Marinha Mercante - AFRMM e o Fundo da Marinha Mercante -
FMM, e dá outras providências.
Decreto - Lei
Decreto-Lei 37 - Dispõe sobre o imposto de
importação, reorganiza os serviços aduaneiros e dá outras providências.
Decretos
Decreto 666 - Institui a obrigatoriedade de
transporte em navio de bandeira brasileira e dá outras providências.
Decreto 2.256 - Regulamenta o Registro Especial
Brasileiro-REB para embarcações de que trata a Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de
1997.
Decreto 2.596 - Regulamenta a Lei N o 9.537, de
10/09/97, que dispõe sobre LESTA.
Decreto 3.411 - Regulamenta a Lei N o 9.611, de
19/02/98, que dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas.
Decreto 4.136 - Dispõe sobre a especificação das
sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização
da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou
perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei n o 9.966, de 28 de
abril de 2000, e dá outras providências.
Decreto 4.543 - Regulamenta a administração das
atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das
operações de comércio exterior (Artigos 210 e 211 – Proteção à bandeira brasileira).
Decreto 25.403 - Desonera do ICMS os insumos para
indústria naval.
Fonte: http://www.antaq.gov.br/
VOCÊ SABIA ?....
NO BRASIL, O TRANSPORTE MARÍTIMO É REGULADO PELOS
SEGUINTES ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS:
Ministério dos
Transportes
Que é o órgão máximo
no país na área, sendo o responsável por todos os tipos de transportes
aquaviários e terrestres, tendo como missão controlar e fiscalizar tudo o que
diga respeito a esta atividade.
STA - Secretaria dos
Transportes Aquaviários
Órgão do Ministério
dos Transportes, com o dever de executar a política para os transportes
aquaviários no Brasil.
Órgão vinculado à
STA, responsável pelo controle dos registros de armadores, fretes, acordos
bilaterais, conferências de fretes e outros assuntos reguladores do transporte
marítimo brasileiro.
Também vinculado ao
STA, responsável pelo controle dos portos, e a quem as Companhias Docas estão
subordinadas.
Vinculado ao
Ministério da Marinha, responde pela investigação e pelo julgamento dos
acidentes ocorridos na navegação marítima, podendo suas conclusões e laudos
técnicos serem usados pela justiça civil, quando necessário.
Também é o
responsável pelo registro de navios brasileiros que operam no transporte de
cargas, tanto na cabotagem quanto na navegação de longo curso.
Fonte:
www.intranews.com.br
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Texto escrito pelo Presidente do Conselho
A
CONSPIRAÇÃO QUE DEU CERTO
1996, disputava a regata Recife-Fernando de Noronha. Sol
bonito e tempo bom, com ventos de 15 nós na largada. Meu veleiro, com 10 anos
de construído, um Samoa 29 encarou valente a competição. Tudo bem abordo. Ao
cair da tarde o vento caprichou. Era como se a natureza falasse. Se querem
competição aqui estou eu. Foi crescendo sua força. O mar não ficou pra trás. As
ondas cresceram e começaram a quebrar. O velho Boré parecia não se incomodar
com aquela situação. Afinal, já tinha estado em situações piores. Todo
adernado, gritava pôr redução de área vélica Com esforço em plena escuridão da
noite, trocamos a genoa 2 pela 3 e colocamos a grande na segunda forra de riso.
O Boré, aliviado, seguiu o seu curso. Quase em pé, o piloto automático, agora
mais calmo, mantinha a proa no arquipélago de Fernando de Noronha.
Depois da difícil operação, fui para a cama e comecei a
conspirar contra o fogoso Boré. Com dez anos de boas velejadas, comecei a
acha-lo desconfortável, pequeno e desengonçado. Aí veio o estalo. Preciso de um
veleiro maior e mais confortável! Mas como fazer isto, se a grana está
curtíssima? "Vendo o velho Boré, recupero um Fundo de Garantia que está
inativo e arranjo outras sobras para completar o projeto. Naquele momento,
praticamente tudo estava decidido. Iria abandonar o velho companheiro e
construir ou comprar um barco maior.
De volta pra casa peregrinei pôr várias marinas, conduzido
por corretores de barcos, que me apresentavam verdadeiras maravilhas à preços
tentadores. Nenhuma delas chegava aos pés do valente Boré. A única saída
pensei, era partir para um barco novo¨. Fiz contato com Roberto de Mesquita
Barros, o Cabinho, que me informou estar concluindo um projeto de 34 pés,
design moderno e interior muito confortável. Após analisar a planta enviada por
fax, decidi. Vou construir o Boré Boré.
Negociado o projeto, recebi as plantas. Rapidamente abri o
envelope e vi pela primeira vez um projeto arquitetônico de um barco. Eram
plantas e mais plantas. Aí veio o primeiro desânimo: Descobri que não sabia
interpreta-las. Esse negócio não vai dar certo pensei. Mais calmo pedi socorro
ao engenheiro Marcelo Lemos, que paciente, duas vezes por semana, plantas
espalhadas pelo chão, o esclarecia os mistérios daqueles riscos, números e
escalas. A missão antes considerada impossível foi ficando mais fácil.
O passo seguinte foi contratar a mão de obra. Não queria nenhum ¨ expert¨ em construção naval. Então, contratei o artesão Jorge Conceição, entalhador de peças comercializadas no Mercado Modelo. Inteligente, observou o projeto e começamos de acordo com o manual do projeto a laminar às cavernas, vaus, etc... O espaço utilizado para montar a mesa de laminação foi na garagem da minha casa. Foram três meses de intensa atividade e início de alguns problemas. A serraria forneceu material fora das especificações, como sempre não queria se responsabilizar. Resolvi montar uma serra circular e cortar minhas próprias peças.
Vaus e cavernas prontas contratei o carpinteiro João Arcanjo, o Zito, para montar as seções e seguir as demais etapas da construção. Nova dificuldade. Os operários contratados não sabiam o que era popa nem proa. Nunca tinham trabalhado na construção naval. E poucas vezes tinham ido à praia. Agora, já todo compenetrado, fiz o papel do engenheiro e os ensinei a compreender a nova nomenclatura. O local previamente escolhido para toda a montagem do barco dói debaixo de um prédio abandonado e em final de construção localizado a cem metros da minha casa. A montagem do barco seguia em frente. O manual era a nossa bíblia. Vez em quando empacava. Pedia socorro ao Cabinho que, pacientemente, em longos papos telefônicos orientava a resolver os problemas encontrados.
O passo seguinte foi contratar a mão de obra. Não queria nenhum ¨ expert¨ em construção naval. Então, contratei o artesão Jorge Conceição, entalhador de peças comercializadas no Mercado Modelo. Inteligente, observou o projeto e começamos de acordo com o manual do projeto a laminar às cavernas, vaus, etc... O espaço utilizado para montar a mesa de laminação foi na garagem da minha casa. Foram três meses de intensa atividade e início de alguns problemas. A serraria forneceu material fora das especificações, como sempre não queria se responsabilizar. Resolvi montar uma serra circular e cortar minhas próprias peças.
Vaus e cavernas prontas contratei o carpinteiro João Arcanjo, o Zito, para montar as seções e seguir as demais etapas da construção. Nova dificuldade. Os operários contratados não sabiam o que era popa nem proa. Nunca tinham trabalhado na construção naval. E poucas vezes tinham ido à praia. Agora, já todo compenetrado, fiz o papel do engenheiro e os ensinei a compreender a nova nomenclatura. O local previamente escolhido para toda a montagem do barco dói debaixo de um prédio abandonado e em final de construção localizado a cem metros da minha casa. A montagem do barco seguia em frente. O manual era a nossa bíblia. Vez em quando empacava. Pedia socorro ao Cabinho que, pacientemente, em longos papos telefônicos orientava a resolver os problemas encontrados.
Para ajudar nas despesas vendi o velho e querido Boré ao
gaúcho de Porto Alegre Luis Felipe Badia, que veio a Salvador busca-lo.
Capitaneado por Badia, retornou a Porto Alegre, onde foi construído por Paulo
Mordente. Fui com a tripulação até Morro de São Paulo. Com muitas saudades me
despedi do bom Boré. Retornei a Salvador de escuna.
De corpo e alma e com todo o gás, dediquei-me 'a
construção do Boré Boré. Praticamente abandonei todas as minhas atividades.
Continuava apenas a dar aulas na Escola de Belas Artes da UFBa, onde sou
professor. Valeu a pena. Nos fins de semana os amigos nos visitavam. Tornei-me
um ¨Consultor Naval¨. A cada sábado uma comemoração. Minha filha Gabriela, a
mais entusiasmada pelo projeto, nos servia cervejas bem geladas. Uns,
entusiasmados com o andamento da obra. Outros não acreditavam na sua
finalização. Bons sábados. Concluí que a construção amadora de um barco requer
fibra e obstinação. Qualquer pessoa é capaz. Os mistérios todos estão indicados
nas plantas. Errei várias vezes, confesso, porém todos os enganos foram
consertados a tempo. Laminado o casco, seguiu-se à nova etapa. Foi desvirado
com auxílio de um caminhão-munk. O medo era que o mesmo não suportasse tal
operação. Ledo engano. Nada foi danificado. Iniciada a fase de construção da
mobília, contei com o inestimável apoio da estudante do Curso Superior de
Decoração da UFBa, Maricéles Nunes Lima, que, com muita boa vontade ia
apresentando boas sugestões, tornando o interior do veleiro muito bonito e
exclusivo.
Três anos depois o Boré Boré estava pronto para a água.
Aí, nova preocupação: como conduzi-lo até o mar? Depois de analisar todas as
possibilidades, contratei uma transportadora de serviços pesados que, com um
guindaste e uma grande carreta o conduziu, para a baía da Ribeira. Em frente 'a
Igreja Nossa Senhora da Penha, lentamente, o guindaste o colocou no mar. Foi
uma grande emoção. Até não acreditava que aquele composto de peças montadas uma
a uma estivesse dando certo. Flutuava. Rebocado para o Saveiro Clube da Bahia,
foi colocado em uma carreta, levado para terra, onde se seguiu a colocação de
quilha, leme, mastro, pintura de fundo, ferragens, etc.
Mais quatro meses se passaram. O Boré Boré tomava corpo.
Com uma boa cerveja e muitos amigos, observamos o novo barco ir para o mar.
Anna Carolina, minha mulher, as filhas Bethina, Gabriela, Carolina e Bárbara
formavam a platéia mais entusiasmada. Os amigos capitaneados por Nelito Taboada
soltavam foguetes. Uma verdadeira festa baiana. Só faltou o trio elétrico.
Terminada a colocação da interminável parafernália,
fizemos a primeira navegada. Valente, o Boré Boré singrou, pela primeira vez,
as águas da Baía de Todos os Santos. Eu, orgulhoso e feliz, sorriso largo,
observou a performance do novo barco. Os pensamentos flutuavam. Saudades do
Boré.
O desempenho sereno e suave Boré Boré me faziam desviar
das lembranças. Com ventos calmos, facilmente chegou aos 8 nós. A conspiração
valeu a pena.
Ailton Sampaio
Salvador, Janeiro 1999
Salvador, Janeiro 1999
CONTATO
Secretaria
Tels: 71 3312-5934
Endereço: R. Porto dos
Tainheiros, 09 - Ribeira, BA, CEP – 40.420-250
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