21 de dezembro de 2014

EVENTOS



O Saveiro Clube da Bahia realizou em data de 11 de Julho de 2015 seu primeiro Brechó Náutico.
Contou com a participação de Diretores, Conselheiros, convidados e trabalhadores do Saveiro.













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VEM AI !!!


PARTICIPE!

9 de agosto de 2014

A HISTÓRIA DO SAVEIRO CLUBE


1960
SAVEIROS E BARCAÇAS 

Os últimos anos desta década, sinalizaram o final do transporte marítimo-fluvial no Recôncavo Baiano, que era exercido pelo saveiro.
Era o princípio do fim desta bela e heróica embarcação que tanto ajudou e embelezou a Bahia e a Baia de Todos os Santos. Ajudou colaborando com o desenvolvimento na região e decorou nossas águas com sua elegância e beleza.
Sua atuação ia além das águas da Baia de Todos os Santos, alcançando todo o litoral sul da Bahia e chegou mesmo a ultrapassar o limite do Estado. No Norte do Brasil, principalmente Maranhão, também estava chegando ao fim a história das barcaças, que eram saveiros maiores, com três mastros, convés e cabines que  percorriam todo o litoral brasileiro. Aqui na Bahia foram denominados escunas, e tinham dois ou três mastros.
Os belos e eficientes saveiros, não resistiam à chegada do transporte rodoviário, com a abertura de novas estradas, construções de pontes o que poderíamos chamar de progresso. Para piorar a situação, o Governo começou a exigir o recolhimento do INSS aos saveiristas e ajudantes, inclusive o retroativo. Foi o tiro de misericórdia.
Alguns começaram a ser transformados em escunas, para lazer e turismo. Esta transformação era na realidade, dar ao saveiros características das barcaças: dois ou três mastros, convés, corrimão, cabine e motor.
Nesta época já navegavam na Baia de Todos os Santos três escunas da Primeira Geração: Santa Cruz, Cairu e Dona das Águas, todas para recreio.

·        Santa Cruz – tinha 24 metros e 3 mastros, pertencia a Lev Smarcevski – amante e estudioso dos saveiros e escunas, autor do Livro Graminho.
·        Cairú - - pertencia a Batle Brancaccio, tinha 17 metros e 2 mastros.
·        Dona das Águas – o menor de todos, tinha 14 metros, 2 mastros e pertencia a Augusto Viana.

Empolgados com os fascínio das velejadas, pelo conforto, beleza e baixo custo, iniciou na Bahia a Segunda Geração das escunas.

A primeira delas a ser construída, foi a “Estrela D’alva” de Luiz Raimundo Tourinho Dantas – Mundico, também homem do mar e amante dos saveiros. Ele comprou o saveiro de vela de içar e transformou em escuna estaleiro do mestre Walter Assis Santana – Waltinho, em Valença, que ficou pronta em 1970.

A segunda escuna foi a “Força do Destino" de Nelito Taboada, Willi Weckerle e Sergio Gonçalves, foi também originária de um saveiro, do mesmo nome, com 17 metros e reformado também por Waltinho em Valença. Começou a navegar em 1971.
A partir dai vários saveiros foram se transformando em escunas, fazendo surgir novos estaleiros em Valença, Cajaíba, Camamu e no Recôncavo Baiano. A medida que reduziria o número de saveiros, surgiram novas escunas.






RIBEIRA E SAVEIRO CLUBE DA BAHIA

Antes das novas escunas ficarem prontas, veio a dúvida, onde aportá-las ? a única Marina em Salvador, naquela época era a de Correia Ribeiro, somente para lanchas.
Com visão empresarial e arrojada, Luiz Raimundo juntou um grupo de amigos, todos “Do Mar” e foram a Ribeira (Porto dos Tainheiros) assim chamado por aportar embarcações que pescavam tainhas na região, local onde funcionou velho Trapiche pertencente à família Catharino em frente às águas tranquilas da Ribeira. Luiz Raimundo expôs sua ideia de comprar o imóvel e transformá-lo em um Clube Náutico para abrigar saveiros e as novas escunas que iriam chegar. Ouviu a opinião dos amigos, trocou ideias  e assim nasceu o “Saveiro Clube da Bahia”, materializou-se um sonho do grupo de amigos, liderados pelo comandante Luiz Raimundo.

O imóvel foi comprado em 1970 com 1700 mcom a intenção  de reparti-lo em cotas do Clube e vendê-las para o grupo – assim foi feito por Mundíco, e em 1972 foi oficializado o Clube.

Composição da Diretoria:

·       Mestre (Comodoro) – João Roberto Pereira Lopes (Betinho) que não chegou  assumir, sendo substituído por Manoel Taboada Filho (Nelito).
·       Secretário – Waldemar Chaves
·       Tesoureiro – José Carlos Lisboa
·       Sede – George Calmon
·       Conselho
             Presidente Vitalício – Luiz Raimundo Tourinho Dantas

              Conselheiros: Almir Benevides e Waldyr Peixoto Santos


(Por Nelito Taboada)











Composição da Diretoria Atual 2014:

·       Presidente do Conselho:               Aílton Jose Oliveira Sampaio
·       Vice Presidente :                           Manoel Ângelo Taboada Filho
·       Comodo:                                       Geraldo de Moraes Filho
·       Secretario:                                     Raimundo Ferreira Neto
·       Tesoureiro:                                    Jorge Alberto Mullem Vita
·       Diretor de Eventos Náuticos:        Aureliano Silveira Senior



INSTALAÇÕES




















EMBARCAÇÕES


EMBARCAÇÕES QUE SE DESTACARAM

ESTRELA D’ALVA
Bela escuna Branca, que foi destaque na mídia nacional e internacional, era verdadeira atração turística.


FORÇA DO DESTINO – (1971 – 1979)
Se destacou pela importância e performance a vela. De cor verde e branca participava de regatas e foi vencedora da maioria que disputou. Dentre elas “João das Botas”, “Primavera”, “Aratu-Maragogipe”, “Nage”, “Salinas” e tantas outras.
Conquistou o troféu Trimar em Bronze, feito pelo Artista Tati Moreno, para a escuna que fosse Fita Azul, duas vezes consecutivas na Regata da Primavera.

ODARA
Catamarã de 49 pés, proprietários: Nelito Taboada, Willi Weckerle e Sergio Gonçalves, venderam o “Força do Destino”, pra construir em Salvador projeto Australiano (Lock Crowther – 1970). Reinou como fita azul durante vinte anos, não só na Bahia, como em regatas nacionais.
Conquistou mais de 160 fitas azuis, tendo como maior destaque o recorde da Regata Internacional Recife – Fernando de Noronha em 1998, baixando de 32 horas para 26 horas o percurso de 300 milhas náuticas.

Em 2003 foi fita azul pela segunda vez, hoje com 32 anos velejando, ainda é o mais veloz Catamarã cabinado do Brasil.


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RESULTADOS DE DESTAQUE DOS ÚLTIMOS 3 ANOS:


2011
Campeão RGS geral CBVO(campeonato baiano de vela de oceano) 2011
Fita azul Marcilio dias 2011

2012
Campeão  da RGS geral Regata Salvador-Ilhéus
Campeão da RGS Regata B Circuito Salvador Yacht de Vela
Vice-campeão Geral da RGS Regata B Circuito Salvador Yacht de Vela

2013
Campeão Geral da RGS Circuito Salvador Yacht de Vela
Bicampeão da RGS Regata B Circuito Salvador Yacht de Vela
Campeão RGS geral CBVO (campeonato baiano de vela de oceano





REGATAS



UM POUCO DE HISTORIA...

"Logo após a sua fundação, o Saveiro Clube da Bahia estimulava a organização de passeios para seus associados. O mais interessante destes, era o da Costa Oeste de Itaparica, não só pela beleza da região, como os ventos constantes favoráveis, proporcionando ótimas velejadas os saveiros e escunas, que normalmente terminava na Fonte do Tororó, com um delicioso banho de água doce. 

Na época, a diretoria do clube, tendo como Comodoro o Sr. Nelito Taboada, resolve criar a sua primeira regata, utilizando este percurso e fazendo raia de chegada na própria fonte do Tororó.
Em função dos ventos e por ser o final de um período chuvas, foi escolhido a data do evento entre 22 de setembro e 22 de dezembro. A primavera cuja estação deu o nome a regata.

A primeira regata da Primavera foi realizada em Outubro de 1976, cuja entrega dos prêmios e festa de confraternização oferecidos pelo Presidente do Conselho do Saveiro Clube da Bahia Luiz Raymundo Tourinho Dantas em sua ilha do Barão próximo a Ponte do Funil.

A partir daquela data a Regata da Primavera foi incluída no calendário baiano de vera da oceânica, passando a ser uma das mais concorridas, belas e acolhedoras regatas, principalmente em sua parte festiva e social"

(Por Nelito Taboada)



                                                       REGATAS


                                             
             
                                             

               

                                             

         


                                              





LEGISLAÇÃO



Leis

Lei 7.652 - Dispõe sobre o Registro da Propriedade Marítima e dá outras providências.
Lei 9.432 - Dispõe sobre a ordenação do transporte aquaviário e dá outras providências.
Lei 9.537 - Dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional (LESTA).
Lei 9.611 - Dispõe sobre o transporte multimodal de cargas.
Lei 9.966 - Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências.
Lei 10.893 - Dispõe sobre o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante - AFRMM e o Fundo da Marinha Mercante - FMM, e dá outras providências.

 

Decreto - Lei

Decreto-Lei 37 - Dispõe sobre o imposto de importação, reorganiza os serviços aduaneiros e dá outras providências.

 

Decretos

Decreto 666 - Institui a obrigatoriedade de transporte em navio de bandeira brasileira e dá outras providências.
Decreto 2.256 - Regulamenta o Registro Especial Brasileiro-REB para embarcações de que trata a Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997.
Decreto 2.596 - Regulamenta a Lei N o 9.537, de 10/09/97, que dispõe sobre LESTA.
Decreto 3.411 - Regulamenta a Lei N o 9.611, de 19/02/98, que dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas.
Decreto 4.136 - Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei n o 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras providências.
Decreto 4.543 - Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior (Artigos 210 e 211 – Proteção à bandeira brasileira).

Decreto 25.403 - Desonera do ICMS os insumos para indústria naval.

Fonte: http://www.antaq.gov.br/



VOCÊ SABIA ?....


NO BRASIL, O TRANSPORTE MARÍTIMO É REGULADO PELOS SEGUINTES ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS:

Ministério dos Transportes
Que é o órgão máximo no país na área, sendo o responsável por todos os tipos de transportes aquaviários e terrestres, tendo como missão controlar e fiscalizar tudo o que diga respeito a esta atividade.

STA - Secretaria dos Transportes Aquaviários
Órgão do Ministério dos Transportes, com o dever de executar a política para os transportes aquaviários no Brasil.

DMM - Departamento da Marinha Mercante 
Órgão vinculado à STA, responsável pelo controle dos registros de armadores, fretes, acordos bilaterais, conferências de fretes e outros assuntos reguladores do transporte marítimo brasileiro.

DP -Departamento dos Portos
Também vinculado ao STA, responsável pelo controle dos portos, e a quem as Companhias Docas estão subordinadas.

TM - Tribunal Marítimo
Vinculado ao Ministério da Marinha, responde pela investigação e pelo julgamento dos acidentes ocorridos na navegação marítima, podendo suas conclusões e laudos técnicos serem usados pela justiça civil, quando necessário.
Também é o responsável pelo registro de navios brasileiros que operam no transporte de cargas, tanto na cabotagem quanto na navegação de longo curso.

Fonte: www.intranews.com.br



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Texto escrito pelo Presidente do Conselho 


A CONSPIRAÇÃO QUE DEU CERTO

1996, disputava a regata Recife-Fernando de Noronha. Sol bonito e tempo bom, com ventos de 15 nós na largada. Meu veleiro, com 10 anos de construído, um Samoa 29 encarou valente a competição. Tudo bem abordo. Ao cair da tarde o vento caprichou. Era como se a natureza falasse. Se querem competição aqui estou eu. Foi crescendo sua força. O mar não ficou pra trás. As ondas cresceram e começaram a quebrar. O velho Boré parecia não se incomodar com aquela situação. Afinal, já tinha estado em situações piores. Todo adernado, gritava pôr redução de área vélica Com esforço em plena escuridão da noite, trocamos a genoa 2 pela 3 e colocamos a grande na segunda forra de riso. O Boré, aliviado, seguiu o seu curso. Quase em pé, o piloto automático, agora mais calmo, mantinha a proa no arquipélago de Fernando de Noronha.
Depois da difícil operação, fui para a cama e comecei a conspirar contra o fogoso Boré. Com dez anos de boas velejadas, comecei a acha-lo desconfortável, pequeno e desengonçado. Aí veio o estalo. Preciso de um veleiro maior e mais confortável! Mas como fazer isto, se a grana está curtíssima? "Vendo o velho Boré, recupero um Fundo de Garantia que está inativo e arranjo outras sobras para completar o projeto. Naquele momento, praticamente tudo estava decidido. Iria abandonar o velho companheiro e construir ou comprar um barco maior.
De volta pra casa peregrinei pôr várias marinas, conduzido por corretores de barcos, que me apresentavam verdadeiras maravilhas à preços tentadores. Nenhuma delas chegava aos pés do valente Boré. A única saída pensei, era partir para um barco novo¨. Fiz contato com Roberto de Mesquita Barros, o Cabinho, que me informou estar concluindo um projeto de 34 pés, design moderno e interior muito confortável. Após analisar a planta enviada por fax, decidi. Vou construir o Boré Boré.
Negociado o projeto, recebi as plantas. Rapidamente abri o envelope e vi pela primeira vez um projeto arquitetônico de um barco. Eram plantas e mais plantas. Aí veio o primeiro desânimo: Descobri que não sabia interpreta-las. Esse negócio não vai dar certo pensei. Mais calmo pedi socorro ao engenheiro Marcelo Lemos, que paciente, duas vezes por semana, plantas espalhadas pelo chão, o esclarecia os mistérios daqueles riscos, números e escalas. A missão antes considerada impossível foi ficando mais fácil.
O passo seguinte foi contratar a mão de obra. Não queria nenhum ¨ expert¨ em construção naval. Então, contratei o artesão Jorge Conceição, entalhador de peças comercializadas no Mercado Modelo. Inteligente, observou o projeto e começamos de acordo com o manual do projeto a laminar às cavernas, vaus, etc... O espaço utilizado para montar a mesa de laminação foi na garagem da minha casa. Foram três meses de intensa atividade e início de alguns problemas. A serraria forneceu material fora das especificações, como sempre não queria se responsabilizar. Resolvi montar uma serra circular e cortar minhas próprias peças.
Vaus e cavernas prontas contratei o carpinteiro João Arcanjo, o Zito, para montar as seções e seguir as demais etapas da construção. Nova dificuldade. Os operários contratados não sabiam o que era popa nem proa. Nunca tinham trabalhado na construção naval. E poucas vezes tinham ido à praia. Agora, já todo compenetrado, fiz o papel do engenheiro e os ensinei a compreender a nova nomenclatura. O local previamente escolhido para toda a montagem do barco dói debaixo de um prédio abandonado e em final de construção localizado a cem metros da minha casa. A montagem do barco seguia em frente. O manual era a nossa bíblia. Vez em quando empacava. Pedia socorro ao Cabinho que, pacientemente, em longos papos telefônicos orientava a resolver os problemas encontrados.
Para ajudar nas despesas vendi o velho e querido Boré ao gaúcho de Porto Alegre Luis Felipe Badia, que veio a Salvador busca-lo. Capitaneado por Badia, retornou a Porto Alegre, onde foi construído por Paulo Mordente. Fui com a tripulação até Morro de São Paulo. Com muitas saudades me despedi do bom Boré. Retornei a Salvador de escuna.
De corpo e alma e com todo o gás, dediquei-me 'a construção do Boré Boré. Praticamente abandonei todas as minhas atividades. Continuava apenas a dar aulas na Escola de Belas Artes da UFBa, onde sou professor. Valeu a pena. Nos fins de semana os amigos nos visitavam. Tornei-me um ¨Consultor Naval¨. A cada sábado uma comemoração. Minha filha Gabriela, a mais entusiasmada pelo projeto, nos servia cervejas bem geladas. Uns, entusiasmados com o andamento da obra. Outros não acreditavam na sua finalização. Bons sábados. Concluí que a construção amadora de um barco requer fibra e obstinação. Qualquer pessoa é capaz. Os mistérios todos estão indicados nas plantas. Errei várias vezes, confesso, porém todos os enganos foram consertados a tempo. Laminado o casco, seguiu-se à nova etapa. Foi desvirado com auxílio de um caminhão-munk. O medo era que o mesmo não suportasse tal operação. Ledo engano. Nada foi danificado. Iniciada a fase de construção da mobília, contei com o inestimável apoio da estudante do Curso Superior de Decoração da UFBa, Maricéles Nunes Lima, que, com muita boa vontade ia apresentando boas sugestões, tornando o interior do veleiro muito bonito e exclusivo.
Três anos depois o Boré Boré estava pronto para a água. Aí, nova preocupação: como conduzi-lo até o mar? Depois de analisar todas as possibilidades, contratei uma transportadora de serviços pesados que, com um guindaste e uma grande carreta o conduziu, para a baía da Ribeira. Em frente 'a Igreja Nossa Senhora da Penha, lentamente, o guindaste o colocou no mar. Foi uma grande emoção. Até não acreditava que aquele composto de peças montadas uma a uma estivesse dando certo. Flutuava. Rebocado para o Saveiro Clube da Bahia, foi colocado em uma carreta, levado para terra, onde se seguiu a colocação de quilha, leme, mastro, pintura de fundo, ferragens, etc.
Mais quatro meses se passaram. O Boré Boré tomava corpo. Com uma boa cerveja e muitos amigos, observamos o novo barco ir para o mar. Anna Carolina, minha mulher, as filhas Bethina, Gabriela, Carolina e Bárbara formavam a platéia mais entusiasmada. Os amigos capitaneados por Nelito Taboada soltavam foguetes. Uma verdadeira festa baiana. Só faltou o trio elétrico.
Terminada a colocação da interminável parafernália, fizemos a primeira navegada. Valente, o Boré Boré singrou, pela primeira vez, as águas da Baía de Todos os Santos. Eu, orgulhoso e feliz, sorriso largo, observou a performance do novo barco. Os pensamentos flutuavam. Saudades do Boré.
O desempenho sereno e suave Boré Boré me faziam desviar das lembranças. Com ventos calmos, facilmente chegou aos 8 nós. A conspiração valeu a pena.

Ailton Sampaio
Salvador, Janeiro 1999



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