1960
SAVEIROS E BARCAÇAS
Os últimos anos desta década, sinalizaram o final do transporte
marítimo-fluvial no Recôncavo Baiano, que era exercido pelo saveiro.
Era o princípio do fim desta bela e heróica embarcação que tanto
ajudou e embelezou a Bahia e a Baia de Todos os Santos. Ajudou colaborando com
o desenvolvimento na região e decorou nossas águas com sua elegância e beleza.
Sua atuação ia além das águas da Baia de Todos os Santos,
alcançando todo o litoral sul da Bahia e chegou mesmo a ultrapassar o limite do
Estado. No Norte do Brasil, principalmente Maranhão, também estava chegando ao fim a história
das barcaças, que eram saveiros maiores, com três mastros, convés e cabines
que percorriam todo o litoral brasileiro. Aqui na Bahia foram denominados
escunas, e tinham dois ou três mastros.
Os belos e eficientes saveiros, não resistiam à chegada do
transporte rodoviário, com a abertura de novas estradas, construções de pontes
o que poderíamos chamar de progresso. Para piorar a situação, o Governo começou
a exigir o recolhimento do INSS aos saveiristas e ajudantes, inclusive o
retroativo. Foi o tiro de misericórdia.
Alguns começaram a ser transformados em escunas, para lazer e turismo.
Esta transformação era na realidade, dar ao saveiros características das
barcaças: dois ou três mastros, convés, corrimão, cabine e motor.
Nesta época já navegavam na Baia de Todos os Santos três escunas
da Primeira Geração: Santa Cruz, Cairu e Dona das Águas, todas para recreio.
· Santa Cruz – tinha 24 metros e
3 mastros, pertencia a Lev Smarcevski – amante e estudioso dos saveiros e
escunas, autor do Livro Graminho.
· Cairú - - pertencia a Batle Brancaccio, tinha 17 metros e 2 mastros.
· Dona das Águas – o menor de
todos, tinha 14 metros, 2 mastros e pertencia a Augusto Viana.
Empolgados com os fascínio das velejadas, pelo conforto, beleza e baixo custo, iniciou na Bahia a Segunda Geração das escunas.
A primeira delas a ser construída, foi a “Estrela D’alva” de Luiz
Raimundo Tourinho Dantas – Mundico, também homem do mar e amante dos saveiros.
Ele comprou o saveiro de vela de içar e transformou em escuna estaleiro do
mestre Walter Assis Santana – Waltinho, em Valença, que ficou pronta em 1970.
A segunda escuna foi a “Força do Destino" de Nelito Taboada, Willi
Weckerle e Sergio Gonçalves, foi também originária de um saveiro, do mesmo
nome, com 17 metros e reformado também por Waltinho em Valença. Começou a navegar
em 1971.
A partir dai vários saveiros foram se transformando em escunas,
fazendo surgir novos estaleiros em Valença, Cajaíba, Camamu e no Recôncavo
Baiano. A medida que reduziria o número de saveiros, surgiram novas
escunas.
RIBEIRA
E SAVEIRO CLUBE DA BAHIA
Antes das novas
escunas ficarem prontas, veio a dúvida, onde aportá-las ? a única Marina em
Salvador, naquela época era a de Correia Ribeiro, somente para lanchas.
Com visão empresarial
e arrojada, Luiz Raimundo juntou um grupo de amigos, todos “Do Mar” e foram a
Ribeira (Porto dos Tainheiros) assim chamado por aportar embarcações que
pescavam tainhas na região, local onde funcionou velho Trapiche pertencente à
família Catharino em frente às águas tranquilas da Ribeira. Luiz Raimundo expôs
sua ideia de comprar o imóvel e transformá-lo em um Clube Náutico para abrigar
saveiros e as novas escunas que iriam chegar. Ouviu a opinião dos amigos,
trocou ideias e assim nasceu o “Saveiro Clube da Bahia”, materializou-se
um sonho do grupo de amigos, liderados pelo comandante Luiz Raimundo.
O imóvel foi comprado
em 1970 com 1700 m2 com a intenção de reparti-lo em cotas
do Clube e vendê-las para o grupo – assim foi feito por Mundíco, e em 1972 foi
oficializado o Clube.
Composição
da Diretoria:
· Mestre
(Comodoro) – João Roberto Pereira Lopes (Betinho) que
não chegou assumir, sendo substituído por Manoel Taboada Filho
(Nelito).
· Secretário
– Waldemar Chaves
· Tesoureiro
– José Carlos Lisboa
· Sede
– George Calmon
· Conselho
Presidente Vitalício – Luiz Raimundo Tourinho
Dantas
Conselheiros:
Almir Benevides e Waldyr Peixoto Santos
(Por Nelito Taboada)
Composição
da Diretoria Atual 2014:
·
Presidente do Conselho: Aílton Jose
Oliveira Sampaio
·
Vice Presidente : Manoel Ângelo Taboada Filho
·
Comodo: Geraldo
de Moraes Filho
·
Secretario: Raimundo Ferreira Neto
·
Tesoureiro: Jorge
Alberto Mullem Vita
·
Diretor de Eventos Náuticos: Aureliano
Silveira Senior