9 de agosto de 2014

A HISTÓRIA DO SAVEIRO CLUBE


1960
SAVEIROS E BARCAÇAS 

Os últimos anos desta década, sinalizaram o final do transporte marítimo-fluvial no Recôncavo Baiano, que era exercido pelo saveiro.
Era o princípio do fim desta bela e heróica embarcação que tanto ajudou e embelezou a Bahia e a Baia de Todos os Santos. Ajudou colaborando com o desenvolvimento na região e decorou nossas águas com sua elegância e beleza.
Sua atuação ia além das águas da Baia de Todos os Santos, alcançando todo o litoral sul da Bahia e chegou mesmo a ultrapassar o limite do Estado. No Norte do Brasil, principalmente Maranhão, também estava chegando ao fim a história das barcaças, que eram saveiros maiores, com três mastros, convés e cabines que  percorriam todo o litoral brasileiro. Aqui na Bahia foram denominados escunas, e tinham dois ou três mastros.
Os belos e eficientes saveiros, não resistiam à chegada do transporte rodoviário, com a abertura de novas estradas, construções de pontes o que poderíamos chamar de progresso. Para piorar a situação, o Governo começou a exigir o recolhimento do INSS aos saveiristas e ajudantes, inclusive o retroativo. Foi o tiro de misericórdia.
Alguns começaram a ser transformados em escunas, para lazer e turismo. Esta transformação era na realidade, dar ao saveiros características das barcaças: dois ou três mastros, convés, corrimão, cabine e motor.
Nesta época já navegavam na Baia de Todos os Santos três escunas da Primeira Geração: Santa Cruz, Cairu e Dona das Águas, todas para recreio.

·        Santa Cruz – tinha 24 metros e 3 mastros, pertencia a Lev Smarcevski – amante e estudioso dos saveiros e escunas, autor do Livro Graminho.
·        Cairú - - pertencia a Batle Brancaccio, tinha 17 metros e 2 mastros.
·        Dona das Águas – o menor de todos, tinha 14 metros, 2 mastros e pertencia a Augusto Viana.

Empolgados com os fascínio das velejadas, pelo conforto, beleza e baixo custo, iniciou na Bahia a Segunda Geração das escunas.

A primeira delas a ser construída, foi a “Estrela D’alva” de Luiz Raimundo Tourinho Dantas – Mundico, também homem do mar e amante dos saveiros. Ele comprou o saveiro de vela de içar e transformou em escuna estaleiro do mestre Walter Assis Santana – Waltinho, em Valença, que ficou pronta em 1970.

A segunda escuna foi a “Força do Destino" de Nelito Taboada, Willi Weckerle e Sergio Gonçalves, foi também originária de um saveiro, do mesmo nome, com 17 metros e reformado também por Waltinho em Valença. Começou a navegar em 1971.
A partir dai vários saveiros foram se transformando em escunas, fazendo surgir novos estaleiros em Valença, Cajaíba, Camamu e no Recôncavo Baiano. A medida que reduziria o número de saveiros, surgiram novas escunas.






RIBEIRA E SAVEIRO CLUBE DA BAHIA

Antes das novas escunas ficarem prontas, veio a dúvida, onde aportá-las ? a única Marina em Salvador, naquela época era a de Correia Ribeiro, somente para lanchas.
Com visão empresarial e arrojada, Luiz Raimundo juntou um grupo de amigos, todos “Do Mar” e foram a Ribeira (Porto dos Tainheiros) assim chamado por aportar embarcações que pescavam tainhas na região, local onde funcionou velho Trapiche pertencente à família Catharino em frente às águas tranquilas da Ribeira. Luiz Raimundo expôs sua ideia de comprar o imóvel e transformá-lo em um Clube Náutico para abrigar saveiros e as novas escunas que iriam chegar. Ouviu a opinião dos amigos, trocou ideias  e assim nasceu o “Saveiro Clube da Bahia”, materializou-se um sonho do grupo de amigos, liderados pelo comandante Luiz Raimundo.

O imóvel foi comprado em 1970 com 1700 mcom a intenção  de reparti-lo em cotas do Clube e vendê-las para o grupo – assim foi feito por Mundíco, e em 1972 foi oficializado o Clube.

Composição da Diretoria:

·       Mestre (Comodoro) – João Roberto Pereira Lopes (Betinho) que não chegou  assumir, sendo substituído por Manoel Taboada Filho (Nelito).
·       Secretário – Waldemar Chaves
·       Tesoureiro – José Carlos Lisboa
·       Sede – George Calmon
·       Conselho
             Presidente Vitalício – Luiz Raimundo Tourinho Dantas

              Conselheiros: Almir Benevides e Waldyr Peixoto Santos


(Por Nelito Taboada)











Composição da Diretoria Atual 2014:

·       Presidente do Conselho:               Aílton Jose Oliveira Sampaio
·       Vice Presidente :                           Manoel Ângelo Taboada Filho
·       Comodo:                                       Geraldo de Moraes Filho
·       Secretario:                                     Raimundo Ferreira Neto
·       Tesoureiro:                                    Jorge Alberto Mullem Vita
·       Diretor de Eventos Náuticos:        Aureliano Silveira Senior